hoje fui à guarda.

que é como quem diz ao posto da gnr ali da pequena cidade vizinha. a minha tia foi prestar depoimento na condição de testemunha cá por causa de uns larápios que andam pelos campos cultivados, de barraca em barraca (os meus falecidos avós chamavam-lhe cortelhos), a roubar pequenos apetrechos de cobre para vender aos sucateiros da zona (isto se não forem estes últimos a organizar estes furtos, tipo máfia). 

adiante, a minha tia entrou com o agente encarregue do caso e eu fiquei na sala de espera a fazer aquilo que mais gosto - observar. sou uma cusca, admito. e que observei eu? que para além do agente que acompanhou a minha tia havia outros cinco na esquadra. sem contar com o sargento, esse estava no escritório dele a tratar dos seus afazeres. 

um ocupava-se de tarefas administrativas que consistiam basicamente em imprimir papelada, assiná-la, agrafá-la e colocá-la numa gaveta. três entravam e saíam constantemente da área de recepção, sem rumo certo. e o restante elemento esteve em pé, encostado à impressora, em amena cavaqueira com os tais que iam e vinham. eu permaneci lá durante meia hora. sendo eu pessoa de boa fé gostaria de acreditar que o senhor estava a gozar a sua pausa. conhecendo este país como conheço, desconfio seriamente dessa possibilidade. 

outra observação: dos seis que vi, quatro estavam claramente em baixo de forma. e não pude deixar de recordar uma notícia que li há dias sobre os bombeiros suíços que devido ao excesso de peso iam frequentar programas de emagrecimento e exercício físico. a falta que isso faz por cá.