quinta-feira, 11 de outubro de 2012

finalmente percebi porque nunca gostei dos passeios de domingo

quando éramos pequenos, mano e eu já sabíamos que ao domingo não adiantava berrar, espernear ou inventar uma doença súbita: era inevitável escapar ao tédio do passeio de família no velhinho renault dezanove. era a isso e à missa. e no passado domingo finalmente percebi porquê. é que a passeata deve obedecer ao requisito de ser realizada a não mais que quarenta quilómetros/hora sob pena de se perder a oportunidade de apreciar a paisagem envolvente. ora, isto é uma seca do caraças, mesmo quando as duas crianças do banco de trás iam supostamente entretidas a cantarolar ou a chamar nomes uma à outra, arriscando suas vidas ao perguntar de dez em dez minutos se ainda faltava muito. e se há vinte e tal anos atrás tinha de ir dentro do carro, hoje em dia apanho estas famílias à minha frente. 

o itinerário da viagem não variava muito. havia a paragem no café [há vinte e tal anos atrás não havia cá pastelarias ou gelatarias ou creparias, era tudo cafés] para um gelado e com alguma muita sorte umas moedas para os videojogos e/ou matraquilhos. desconfio que nesses anos todos de seca passeio domingueiro perdi uma década de vida. e desenvolvi grave fobia ao trânsito que se verifica hoje em dia ao sétimo dia da semana nas estradas nacionais.

1 comentário:

digam de vossa justiça...