sexta-feira, 13 de julho de 2012

não querendo parecer insensível

até porque a situação da leonor me comove profundamente. ponto. mas não posso deixar de questionar como é que uma mãe, sem companheiro e alegadamente sem ajuda da família, consegue sobreviver e sustentar os dois filhos, sendo que o estado só lhe paga cerca de oitenta e sete euros para cuidar da leonor. haverá outros subsídios (abono de família, subsídio de desemprego, rendimento social...) é certo, mas as despesas não são certamente poucas sobretudo com um terceiro filho a caminho (?). há vidas que não são nada fáceis, há atitudes que são indubitavelmente de louvar... mas também acho que às vezes a falta de bom senso só vem a agravar certas situações. 

se eu acho que mais do que auxílio financeiro deveriam existir espaços aptos a receber crianças com doenças raras durante o dia para que os seus pais pudessem trabalhar? completamente! se eu acho que deveria haver mais investigação médica na procura de respostas? evidentemente! se eu acho que devemos ajudar a leonor? claro! mas não posso deixar de dizer o seguinte: as pessoas são livres de escolherem o seu caminho e se há coisas que não conseguimos prever, outras são inteiramente previsíveis e passíveis de serem planeadas. o que não podemos é depender apenas da ajuda de terceiros quando nós não tomámos decisões que contribuem para melhorar a nossa vida e a dos nossos.

6 comentários:

  1. Tocaste na questão essencial. Eu vou a caminho dos 29, apesar de toda a gente a minha volta falar nisso, eu não tenho filhos porque sei que não tenho condiçoes para já.

    Atendendo a isso, a infelecidade que é ter um filho com algum tipo de deficiencia eu pergunto-me como é que aquela mulher vai trazer outra criança ao mundo nestas circunstancias?

    Chamem-me crua e insensível, mas a expressão 'tudo se cria' para mim é das piores coisas que eu posso ouvir.

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  2. concordo com tudo, mas mesmo tudo. E mais, claro que tenho pena da situação da criança, mas arriscar a ter outra criança com o mesmo problema? Perdoem-me as mentes mais crentes mas eu não teria uma criança sabendo que esta poderia vir a ter alguma doença rara. Eu nem sequer teria um filho se souber que possa até ter uma trissemia. Admiro as pessoas que abdicam da sua vida, ou de grande parte, para terem e cuidarem com todo o amor e condições, filhos com limitações. Mas perdoem-me, eu amo a minha vida com "liberdade" e sei que se tiver filhos (Se), vou lhes dar muito amor mas vão ter bastante independência. Actividades. Acampamentos. Escola. Escuteiros... Não quero os filhos debaixo da asa. Vão ter sempre o porto seguro da mãe mas ...amo muito o meu trabalho, o meu homem. Eu não colocaria uma criança assim ao mundo porque iam ser duas almas cortadas ao meio. A minha e a dela.

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  3. Tive a liberdade de a citar no meu blog! mas se quiser que retire... Beijinho

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    1. maria, esteja à vontade... mas pode tratar-me por "tu". :)

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  4. Eu ainda nao vi a reportagem confesso. Mas vi uma pequenissima parte na apresentação da mesma e pergunto-me "a casa e dela? e que o que vi daquela pequena passagem ela nao parece ter coisas baratas la dentro"
    Mas como nao vi a reportagem toda nao vou julgar.
    quanto ao ter filhos porque sim e sem companheiro e coisa que nunca hei de entender!

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digam de vossa justiça...