quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

3. coisas que não me entram no sistema

diz a lei que a igualdade entre homens e mulheres é um princípio fundamental do direito e que se aplica a todos os campos da vida social, mercado do trabalho inclusive. ora não é bem assim. e hoje venho falar-vos de dois casos de progressão de carreira de duas senhoras casadas e mães de filhos que conheço. a promoção é suposto ser uma coisa positiva, certo? concordo que na maioria dos casos traz mais tarefas e acarreta maiores responsabilidades, mas não há bela sem senão.

no caso de um homem, é socialmente aceite que este chegue a casa cansado, sem tempo para a relação e/ou para os filhos. podem passar-se meses assim; a mulher aguenta. quando se trata de uma mulher, o caso muda de figura. uma mulher raramente descura os filhos, normalmente o que fica para trás é a relação. aparentemente, uma esposa não pode chegar a casa mais tarde do trabalho, não pode sentir-se exausta, não pode... porque é acusada de ser má esposa e (aqui é que eu me passo mesmo da pinha)... má mãe. ora, isto é no mínimo extremamente injusto. 

como vos disse conheço dois casos. um deles terminou em divórcio (o marido arranjou outra); no outro as coisas andaram tremidas durante uns tempos, mas o casamento tem aguentado. pergunto-me se estes homens (recuso-me a acreditar que sejam todos assim) se sentem amedrontados pelo facto de terem a seu lado mulheres bem sucedidas em termos profissionais. pergunto-me também se não sentem medo de serem rejeitados, de ficarem para trás, de deixarem de ser uma prioridade.

2 comentários:

  1. Ainda resiste a mentalidade de macho latino em que o homem é quem sustenta a casa. Triste, mas verdadeiro. O mais dramático é perceber que há mulheres com 20/25 anos que continuam a ter essa mesma percepção...

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  2. de que serve estar na lei, quando não está na cabeça das pessoas... :(

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digam de vossa justiça...